|
 |
 |
O olho humano é semelhante a uma câmara de
filmar. No segmento anterior, internamente,
existe uma lente, o cristalino, com sua
capacidade de focalização, e na parte
posterior, uma película nervosa sensível, a
retina, que funciona na captação de imagens. A
retina transmite ao cérebro a imagem que,
através do cristalino, é focalizada pelo olho.
Para uma visão adequada é preciso que o
cristalino seja transparente, para que os raios
de luz possam entrar e serem captados pela
retina. A catarata é o cristalino opacificado,
que impede total ou parcialmente os raios de luz
de chegarem à retina, prejudicando a visão.
|
 |
 |
A catarata congênita e as
de desenvolvimento infanto-juvenil se apresentam
do nascimento até os 10 anos de idade, são
comuns e passíveis de tratamento, mas o
prognóstico visual depende da precocidade do
diagnóstico. As bilaterais, quando totais, se
não operadas até 3 meses de vida, em geral
acarretam nistagmo e ambliopia. As monoculares, além da
ambliopia, favorecem o aparecimento do déficit
fusional e do estrabismo entre 6 meses e 2 anos de
idade. Aproximadamente 40% das cataratas de
infância não tem uma causa determinada, mas as
mais freqüentes são a hereditariedade,
infecções intrauterinas (como a rubéola) , galactosemia, artrite
reumatoide, hipoparatireoidismo, diabetes,
doença de Fabry e algumas síndromes, como a de
Lowe na qual pode haver
glaucoma associado.
Um teste importante a ser feito até pelo
pediatra é a avaliação do reflexo vermelho
através da pupila com um oftalmoscópio a uma
distância de 25 cm, focalizando-se a opacidade
que aparece escura ao exame. Se o cristalino se
mantiver relativamente transparente até os 6
meses de vida, mesmo que posteriormente se
opacifique, o prognóstico visual pós-tratamento
será melhor. As cataratas polares, pequenas e
pontuais, mesmo centrais, poderão ser tratadas
durante certo tempo com dilatação pupilar entre
outras condutas clínicas, obtendo-se o
desenvolvimento da acuidade visual, até a
ocasião apropriada para a indicação cirurgica.
As nucleares e densas, tipicamente congênitas
hereditárias autossômicas dominantes,
freqüentemente estão associadas a um certo grau
de microoftalmo (olho diminuido). A intervenção
cirúrgica nas cataratas bilaterais
incapacitantes deve ser precoce, no mesmo dia ou
no máximo com uma semana de intervalo sob risco
do 2º olho tornar-se amblíope. As crianças
abaixo de 4 anos fazem freqüentes reações as
lentes intraoculares mas acima desta idade o
implante é comum. A opção de lente de contato
descartável com um grau empírico pode ser uma
conduta já ao termino da cirurgia, no centro
cirúrgico, em ambas as situações. O
acompanhamento rigoroso com a atualização
freqüente da refração entre outros cuidados
clínicos e a orientação dos pais faz-se
mister. O estrabismo pós-operatório é presente
em ¼ dos operados, o
glaucoma
ocorre em até 10% e a ambliopia parcial é regra
geral
|
 |
 |
É inevitável que, com o correr dos
anos, o ser humano venha a ter catarata. A
catarata é a perda da transparência do
cristalino. Em geral, ela começa a aparecer
depois dos sessenta anos, porém esse processo
pode ter início mais cedo. O envelhecimento
natural das células do cristalino é a causa
mais comum da catarata, embora existam outras
origens: hereditariedade, traumatismo, doenças
sistêmicas, congênitas, medicamentos e
infecções oculares. Não há nenhum método
capaz de evitar ou prevenir a catarata. O único
tratamento eficaz conhecido até hoje é a
intervenção cirúrgica. O seu aparecimento não
pressupõe a necessidade imediata de cirurgia.
Algumas cataratas são lentas e outras progridem
com maior rapidez. A catarata não é como alguns
pensam, uma membrana que cresce sobre a córnea e
que é retirada através de uma
"raspagem"; a isso dá-se o nome de Pterígio. A baixa da visão
provocada pela catarata só poderá ser
recuperada pela remoção do cristalino
opacificado e a introdução de um cristalino
artificial (Lente intra-ocular).
|
 |
|
 |
A
decisão sobre quando operar deve ser tomada em
conjunto pelo médico e o paciente. No passado
havia a necessidade de esperar a catarata
"amadurecer" para indicar a cirurgia,
em função da técnica que era utilizada. Hoje
com as novas técnicas cirúrgicas, quando a
pessoa começa a não fazer o que gosta e muda a
maneira de viver em função das limitações
impostas pela catarata, está na hora de se
submeter ao procedimento cirúrgico. A idade
avançada ou as condições físicas precárias
não constituem obstáculo à cirurgia de
catarata, até porque a reabilitação da visão
proporciona melhora física e atitude mental mais
positiva. |
 |
|
 |
O
implante intra ocular na cirurgia de catarata foi
o maior avanço da Oftalmologia nos últimos 20
anos. As novas técnicas cirúrgicas permitem
colocar essa cirurgia como uma das de maior
eficiência na medicina atual, com mais de 90% de
sucesso funcional nos grandes centros e em
clínicas especializadas. A cirurgia é realizada
em centro cirúrgico sob sedação com anestesia
local com assistência do anestesista. O seu
tempo de duração é em média de 15 a 20
minutos e o paciente permanece na clínica em
torno de 3 a 4 horas. |
 |
|
 |
O
paciente não sente dor nem durante, nem depois
da cirurgia. Orienta-se repouso relativo no
pós-operatório imediato. O curativo é retirado
no dia seguinte em casa quando então inicia-se o
uso dos colírios. O paciente pode retornar as
suas atividades precocemente evitando esforços
físicos. Após um mês ou mais, já está apto a
realizar a cirurgia no outro olho, caso haja
indicação, e óculos complementares,
basicamente para perto, serão prescritos. |
 |
 |
Após
a alta, meses ou anos após, poderá haver a
necessidade do uso de YAG-laser para a abertura
da cápsula posterior, se esta estiver
opacificada. Revisões anuais estarão indicadas. |
|